Passei a navegar num mar em que eu criei
Feito das lágrimas das quais eu não chorei
Passei a navegar num mar de ilusões
Preso num mundo onde se quebram corações
Vivi vendo o vento passa
Tudo passa, passarão os pensamentos
Volta e meia, bate e volta
Coração desgovernado aqui por dentro
No anseio desse livro sem final
Na angústia desse filme surreal
Vivendo no mundo mudando
Me sinto mudo, à mando do ego
Ninguém me escuta, se fingem de cegos
E surdos, por excesso de absurdos
Tato insensível, palmas plausíveis
Cheiro inodoro, aplaudem o coro
Paisagem invisível, impossível de se ver
Conto até cinco, não há mais sentidos
Pra sentir o que, não faz sentido
Eu vejo gente morta o tempo todo
É a resposta na busca do sexto sentido
Problemas nunca deixarão de vir
Registro mais um deles aqui
Você é apenas mais um primata
Condenado a viver nesse inferno maquiado
E pelo dinheiro, você se mata
A falsidade formou mais um aliado
Passei a navegar num mar em que eu criei
Feito das lágrimas das quais eu não chorei
Passei a navegar num mar de ilusões
Preso num mundo onde se quebram corações